EDICC 11

11º Encontro de Divulgação de Ciência e Cultura

cultura e ciência em perspectiva

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Trailer de lançamento da série De Lua em Lua
[ música breve ]

Clarissa Reche: Você já parou para pensar que sempre tem alguma pessoa menstruada perto de você? Pode ser na sua casa, na escola ou na faculdade, no trabalho, no ônibus, no mercado, em uma festa, na praia, no futebol…. em todo canto tem alguém menstruando nesse exato momento. Como pode a menstruação ser algo tão presente no nosso dia-a-dia e mesmo assim ser tão… silenciada?

Maria Aparecida Martins: ninguém nunca tinha falado sobre isso pra mim, sabe? Aí eu pensei que eu tinha me machucado

Clarissa Reche: Neste mês de maio, nós do Mundaréu te convidamos a romper com esse silêncio. Oi, Eu sou a Clarissa Reche. Sou pesquisadora e trabalho com menstruação. Sou também uma das idealizadoras, produtoras e sou a roteirista da série De Lua em Lua.

[ música breve ]

Clarissa Reche: Durante sete ciclos a gente vai escutar diversas vozes que vão fazer a gente abrir nossas mente e nossos coração sobre o que é e o que pode ser menstruar. A gente vai conhecer histórias que nos contam experiências que vão desde aqueles vazamentos constrangedores até renascimentos libertadores, passando por manchas, vergonhas, nojos, dores e desconfortos.

Brenda Cavalcante: ir pra escola menstruada é uma coisa muito… que gera muito incômodo

Clarissa Reche: Ouça relatos sinceros de estudantes e professoras de escolas do ensino médio sobre suas experiências menstruais e a importância do conhecimento e da dignidade menstrual. Conheça também como as menstruações são pensadas e sentidas por pessoas muito diversas, cada uma contribuindo para ampliar o modo como nos relacionamos com este tema.

Simone Takuá: por isso que pra nós é chamado de jarturi omenda, nós ficamos mais tranquilas e observando

Clarissa Reche: Celebre conosco as forças e belezas das menstruações, entendendo que cada ciclo é um renascimento, uma oportunidade de se reconhecer e se valorizar ainda mais.

Daniela Manica: eu acho que a gente só vai ter dignidade quando isso for reconhecido mesmo como uma experiência humana é… importante.

Clarissa Reche: Anota aí: do dia 21 ao dia 28 de maio, vamos lançar um ciclo por dia. Prepara o seu tocador favorito e vem com a gente, de ciclo em ciclo, de lua em lua!

[ música com voz feminina: De mês em mês, De ciclo em ciclo, De lua em lua Vou renascendo, renovando, me desmistificando Você nem faz ideia, Não faz ideia. ]
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Mulheres Quilombolas nas Ciências: de Quilombola para Quilombolas
00:00:01 Naryanne

Olá, ouvintes, do podcast INCT Caleidoscópio, damos as boas-vindas ao programa Mulheres Quilombolas nas Ciências: de quilombola para quilombola, um programa da Incubadora de Pesquisas Feministas Antirracistas Norte, Nordeste e Amazônia Legal (INCT Caleidoscópio)

00:00:24 Naryanne

Esse programa está vinculado ao projeto de pesquisas “Mulheres Quilombolas nas Ciências: políticas de permanência nas universidades e produção de subjetividades”, com o financiamento do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia (CNPq).

00:00:41 Naryanne

Eu sou Naryanne Ramos, quilombola de Vila Bela da Santíssima Trindade, Mato Grosso. Bacharel em Direito, advogada quilombola, assessora jurídica da Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos, a CONAQ, e mestre em Estudos de Cultura Contemporânea.

00:00:56 Naryanne

Bolsista da Incubadora Norte Nordeste e Amazônia Legal

00:01:01 Givânia

Foi eu poder demonstrar para.

00:01:06 Givânia

o Brasil que nas comunidades quilombola tem processos educacionais que são diferenciados, e que ao mesmo tempo a escola não percebe esses processos, e os ignora. Então pra mim essa foi uma coisa muito importante…pra mim, porque foi desse estudo que deu origem também…e esse estudo sustentou em grande medida a elaboração das diretrizes curriculares nacionais para educação escolar quilombola.
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"Sem Energia Para Tudo" - Rádio Jornal
Palestrante 1

Ah… Curitiba, a cidade verde dos Pinheiros e dos inovadores. Essa joia do sul não apenas encanta pela beleza natural, mas também pelo seu urbanismo inteligente. Segundo o prefeito Rafael Greca, desde 2017 a prefeitura retomou fortemente as ações que identificam Curitiba como uma cidade inovadora e de vanguarda. Trabalhando pela sustentabilidade no presente e construindo uma cidade ainda mais inteligente para o futuro, com melhor qualidade de vida para seus cidadãos, a capital recebe o título de cidade inteligente, o que mostra o cuidado que tem com o curitibano, um modelo para o mundo. Por outro lado, uma cidade modelo para o mundo negligencia a energia elétrica para os cidadãos. Segundo o professor do programa de pós-graduação em gestão urbana da PUC Paraná, Denis Alcyde Resende, uma cidade só efetivamente inteligente se oferecer serviços públicos para ampliar a qualidade de vida dos moradores na capital. Há questões que desafiam a sua imagem perfeita, onde a inteligência não se encontra disponível.

Palestrante 2

Existe uma ironia que permeia as ruas da capital, enquanto alguns são iluminados pela eficiência e conectividade, outros se encontram apagados pela falta de energia e pela desigualdade. Neste rádio documentário, sem energia para tudo, exploraremos as nuances da justiça climática e da distribuição de energia elétrica na capital paranaense. Focaremos no fato de uma cidade que se intitula tão avançada do campo da inovação ainda lidar com desafios na garantia de acesso ao. O que está por trás da fachada iluminada de Curitiba? Iluminando o problema: O termo mudança climática refere se às alterações a longo prazo nos padrões climáticos médios, nas condições meteorológicas em uma determinada região ou em todo o. Teoria confirmada pelo Painel intergovernamental sobre mudança climática OIPCC em um contexto global, a mudança climática é decorrente principalmente pelas ações antrópicas, ou seja, as atividades humanas, isto é, geram um aumento da emissão de gases de CO2, proveniente principalmente da queima de combustíveis fósseis, uso de automóveis e pelo processo de desmatamento. Esse, por sua vez, é resultado exponencial do agronegócio, modelo que devasta através da pecuária e Mon. O acúmulo de toda essa emissão contribui muito para o aquecimento do planeta, resultando em mudanças significativas no clima, como aumento da temperatura média, eventos climáticos extremos e alterações nos padrões de chuva. A partir de tais mudanças, surge a emergência climática. O próprio termo destaca a urgência e gravidade das mudanças climáticas atuais, indicando que estamos enfrentando uma situação crítica e que demanda são imediatas. A palavra emergência ainda enfatiza que as alterações do clima não são uma preocupação Futura, mas um problema de agora e que exigem iniciativa para ontem. Os eventos climáticos extremos se desdobram em várias categorias e podem ser de origem hidrológica, geológica, meteorológica ou climatológica. Inundações, alagamentos, enchentes e deslizamentos estão dentro dos eventos hidrológicos e são os que mais afetam a região sul do país e que tendem a se intensificar nos próximos anos. Segundo os últimos relatórios do IPCC, houve um aumento na frequência e intensidade de eventos extremos relacionados à chuva na região, condições que agravam a vulnerabilidade de quem já sofria com essa realidade. Para entender acerca dos principais desafios que a emergência climática traz à capital do Paraná, conversamos com Felipe Maia, diretor do departamento de mudanças climáticas da Secretaria municipal do meio ambiente de Curitiba.

Palestrante 3

Então, os maiores desafios em relação ao clima, né, são os as tempestades, né? As inundações, né, são decorrentes, né, das chuvas fortes. Que tem impactado muito, não só as infraestruturas, mas tem impactado também essas comunidades mais vulneráveis, né? Que tem demandado muito serviço de atendimento, né? E ocorrências, por exemplo, da defesa civil, né? E também a gente tem tido também 11, situação muito importante aqui na cidade de Curitiba, grande Curitiba. Aqui, até num período de pandemia, nós não passamos recentemente por uma crise hídrica? Né? Que é. Seja decorrente ou não da questão das mudanças climáticas, a gente sabe que ela tem a ver muito com a questão climática e que isso afetou, né? Não, não escolheu, né? Nenhum grupo vulnerável, né? Ele afetou a todos.

Palestrante 2

Os objetivos de desenvolvimento sustentável, os ODS, são citados constantemente no planejamento urbano da capital. Pensando no objetivo 7, que se refere à promoção de energia sustentável, acessível e limpa, investigamos como a chamada cidade verde tem lidado com a implantação da energia sustentável. Para quê abrir aspas até 2030 seja garantido o acesso à energia barata, confiável, sustentável e Moderna para todos, fecha aspas. Órgãos como a companhia de habitação popular de Curitiba, a Cohab, atuam. Os projetos se desdobram e acompanhamento de obras de conjuntos habitacionais, produção de material técnico e instalações de painéis fotovoltaicos. Essa demanda cada vez maior pela produção de energia renovável é uma necessidade urgente em um mundo de emergência climática que não pode mais arcar com os impactos de combustíveis fósseis. Essa mudança pressupõe respeito às populações mais vulnerabilizadas, comunidades tradicionais, comunidades pesqueiras e quilombolas. A fim? Compreender acerca da temática da energia elétrica e mudança climática associada à questão de interseccionalidade, conversamos com a professora de arquitetura e urbanismo da Universidade Federal do Paraná, Maria Carolina Mazzivieiro.

Palestrante 4

Por outro lado, é também tem se a gente olhar por essa questão de gênero.

Palestrante 4

Estava até vendo agora os alagamentos lá em União da Vitória. Ah, tudo bem, tem, a prefeitura está fornecendo os abrigos, só que para as mulheres é muito difícil estar em abrigo porque você não tem situação de privacidade, você pode sofrer abuso. Criança, a mesma coisa é é é uma outra dinâmica, não é a mesma coisa com a energia elétrica, então você não tem energia elétrica, você está mais insegura porque a rua escura você não consegue sair em determinado horário, imagina, eu falei que mulheres são a maioria que trabalham de ocupações como cuidadoras, então sai tarde, volta tarde ou volta está escuro. Ouro? É lá nessa ocupação que a gente trabalhava. Eles só conseguiam tomar banho quente até um determinado horário, porque depois, como era gato e todo mundo chegava do trabalho e tal, naquele período caía. Então, assim, dificulta completamente a vida. Nem todo mundo tinha banheiro. Então, dificulta sobremaneira sem a vida, né? A vida fica insustentável.

Palestrante 2

Os impactos das mudanças do clima são ainda mais acentuados em crianças, mulheres negras, indígenas, comunidades rurais, quilombolas, marisqueiras e periféricas. Isso se reflete em uma sensação conhecida por injustiça climática. Para entender melhor a justiça climática, imagine uma nave espacial. A metáfora, proposta em 1966 por bolding, economista estadunidense, afirma que os impactos ambientais atingem a todos os seus habitantes como tripulantes da mesma nave. A humanidade utiliza os mesmos recursos e espaços que são limitados. A busca pela justiça climática Visa garantir que todos estejam na primeira ou na terceira classe da nave, que tenham acesso justo. Aos recursos e sejam resguardados contra os efeitos das mudanças climáticas. Isso implica em uma distribuição igual das responsabilidades e das vantagens, assegurando que aqueles que menos contribuíram para as emissões dos gases de efeito estufa não sejam os mais afetados pelos impactos do clima. No entanto, foi só em 2015 que o termo justiça climática foi reconhecido pela ONU. No preâmbulo do acordo de Paris, ela propõe que as mudanças no clima sejam combatidas com a responsabilização daqueles que efetivamente causaram desequilíbrio e que possuem mais condições de enfrentálas. Nesse sentido, visitamos também a assembleia legislativa do Paraná para dialogar com o deputado estadual do Paraná gorana taraj, buscando compreender a intersecção entre questões de justiça climática e políticas públicas na capital paranaense.

Palestrante 5

Assim, eu vejo que na governança em que a gente fala de Curitiba, não cabe mais você pensar Curitiba, dissociada. É desse núcleo urbano central. São 14 municípios que já são praticamente conurbados, não é? Então você tem uma ligação contínua entre Pinhais, Curitiba. É o cara, é o cara, é Curitiba, Campo Largo do Curitiba. Isso é um grande território e a gente não tem uma integração de políticas públicas, né? Isso é fato. Se tem alguma coisa na área do transporte bastante incipiente, mas você tem um contingente em estruturas de quase 3000000 de pessoas que vivem nesse território, porque a gente tem que tratar a questão climática, não é uma questão do município, é uma questão territorial, ou melhor dizendo, uma questão global. Obviamente, mas existe uma dimensão de um território que não vai respeitar assim, ah, aqui é o mudou, o município aqui não vai ter é aqui o sei lá, uma tempestade ou uma situação é climática, não vai afetar, não vai sim. E para isso, essa, esses mecanismos de governança precisam estar muito melhor incorporados. EE conversando entre si, não estão.

Palestrante 2

Em resumo, a dinâmica climática não reconhece Fronteiras ou divisas fixadas pela espécie humana. A intensidade dos impactos das mudanças climáticas afeta de forma diferente a cada comunidade e naturalmente de forma acentuada, aqueles que são mais vulneráveis socioeconomicamente. Nesses casos, é possível apontar para a questão do racismo ambiental e a potencialidade das interseccionalidades dentro dos efeitos das mudanças climáticas. No que se diz respeito a quesito impacto, quem já sofre com as relações de poder que geram a desigualdade social está sujeito a maiores consequências dessas mudanças.

Palestrante 1

Quem precisa de justiça climática e energia elétrica em Curitiba? Em agosto de 2023, após atuação da Defensoria pública de Curitiba, uma família haitiana, moradora do bairro ganchinho, sem energia elétrica, em casa, obteve o direito de acessar o serviço. A Defensoria foi a justiça para pedir indenização por danos Morais após inúmeros pedidos da família para que a companhia paranaense de energia Copel, empresa responsável pelos serviços de rede elétrica no Paraná, realizar essa ligação. De acordo com o morador, até então, a família era obrigada a usar um pequeno gerador para iluminar a casa durante a noite, em suas palavras. A minha esposa atende em casa, faz o cabelo, principalmente trança nas clientes. As mulheres que vinham aqui para serem atendidas começaram a ficar desanimadas por causa do desconforto no ambiente. Além disso, sem luz não podemos comprar um aquecedor durante o período de frio. Eu cheguei a pensar em desistir e colocar a casa para vender, mesmo tendo investido tudo o que tínhamos para construí. Fecha aspas? Segundo o defensor Eric Le Palazzi, defensor público do núcleo de defesa do consumidor, a negativa é em prestar esse serviço público essencial para o consumidor. Violam um direito fundamental básico que é a dignidade da pessoa humana, é fazer essa pessoa viver no século passado. Questões como o dessa família não são casos isolados que nos fazem questionar, como justiça climática e energia elétrica se entrelaçam? O que une esses 2 temas no contexto da capital? E, no final das contas, quem são os mais afetados nessas situações? Bom, mesmo que haja um esforço para promover Fontes de energia limpa e eficiência energética, como unidades periféricas e marginalizadas, estão fadadas a enfrentarem dificuldades para acessar as tecnologias devido a Barreiras financeiras. Isso cria uma disparidade no acesso à energia limpa, já que algumas áreas podem continuar dependendo de Fontes energéticas mais poluentes e caras. Isso resulta em uma maior exposição a custos mais altos de energia e a consequências negativas para a saúde devido a poluição associada a Fontes de energias mais baratas. Além disso, a implementação de grandes projetos de energia e infraestrutura em Curitiba pode levar ao deslocamento de comunidades locais ou a gentrificação, processo que aprofunda a segregação socioespacial nas cidades, especialmente quando esses projetos são realizados em áreas urbanas em momento de revitalização. Isso pode gerar a perda de moradia e meios de subsistência para residentes de baixa renda, aumentando a desigualdade socioeconômica e a marginalização dessas comunidades. Os eventos climáticos, como enchentes, Queimadas e tempestades são agravantes nesse quesito, tornando a distribuição de energia elétrica inacessível ou fragilizada. A definição de áreas ambientalmente frágeis é determinada com base na probabilidade da região a danos de origem humana ou natural. Identificando locais que são particularmente sensíveis a impactos ambientais adversos e que possuem baixa resiliência ou capacidade de recuperação. Tais áreas podem incluir regiões próximas ou pertencentes a corpos d’água, como rios, lagos e várzeas, além de topos de Morros, encostas, áreas de aquíferos e ecossistemas costeiros, como restingas e manguezais. Grupos sociais que são mais vulneráveis têm seus direitos fundamentais de violados em meio à falta de segurança na moradia. Que somando os estragos provocados pelas intempéries climáticas, fragilizam ainda mais uma situação já. Delicada.

Palestrante 4

Ó, tem várias frentes, né? A gente trabalhava numa ocupação de moradia em que eles tinham um ponto lá longe de luz. Daí desse ponto irradiando um Monte de gato que eles mesmo fizeram, porque a concessionária dizia que não podia colocar energia elétrica lá dentro porque não era regularizada. Daí eles, então eles chegavam com um poste até o começo aqui da ocupação, um poste, daí a população fazia um Monte de gato e IA lá para dentro o que acontecia? Incêndio. Queimou uma casa que tinha 11 crianças, um Monte de coisas.

Palestrante 1

Em relação à capital paranaense, esse fenômeno também é perceptível conforme os dados fornecidos pelo instituto de pesquisa e planejamento urbano de Curitiba e PUC, as áreas de risco em Curitiba engloba as áreas de proteção ambiental, área de preservação permanente e regiões com vegetação nativa, rios e pântanos. Além disso, de acordo com o relatório técnico da polícia Rodoviária, em comparação com outros municípios da região metropolitana de Curitiba, a capital concentra a maioria dos assentamentos informais. Dispersos por quase toda a cidade. Entretanto, as áreas mais propensas a abrigar moradias precárias estão localizadas nos bairros de Fronteira com outros municípios, especialmente ao sul e leste da cidade. Esses bairros incluem a cidade industrial de Curitiba, Cic, Cajuru, Tatuquara, Umbará, campo de Santana, Parolin, Capixaba e área de proteção ambiental do Rio Guaçu, Pilarzinho, São João e Cachoeira. O relatório ainda destaca que a distribuição dos assentamentos urbanos reflete uma exclusão territorial, pois são áreas que o mercado imobiliário geralmente negligência e que carecem de fiscalização adequada por parte das autoridades públicas. Esse cenário resulta na contínua restrição do acesso à cidade e a diversos direitos básicos, incluindo o acesso à energia elétrica. No que diz respeito à infraestrutura, o relatório aponta uma deficiência significativa nos serviços de fornecimento de energia elétrica, revelando que 27% das residências localizadas são aglomerados subnormais não possuem medidores de eletricidade.

Palestrante 5

Então eu acho que você tem que ter uma mudança de fato, de uma perspectiva, é dos órgãos responsáveis. A gente, infelizmente, privatizou. A copelas vai atender ainda mais a uma lógica de lucro. Privado aqui no Paraná. Mas o que que ocorre aqui em Curitiba? A gente tem mais de é 150000 pessoas, grosso modo, vivendo em situação de vulnerabilidade, precariedade. Essas pessoas muitas vezes não vão ter o. A Posse do lote do imóvel, um documento do IPTU no nome delas, elas não vão ter isso e a Copel acaba exigindo isso para fazer a ligação. De energia elétrica.

Palestrante 1

Analisamos os dados fornecidos no site da Copel e levantamos pontos sobre Acessibilidade e transparência, principalmente no que se refere às mudanças climáticas. Segundo as políticas corporativas divulgadas no site, o plano referente ao assunto possui um compromisso com a redução da emissão de gases do efeito estufa. Apesar de ser. Inicial, a política institucional carece de maiores comprometimentos para o momento de emergência climática, ou seja, não há um controle sobre danos resultantes desses eventos. A empresa de energia, para além de sua preocupação com o carbono, carece de garantias acerca da distribuição de energia elétrica em casos de desastres climáticos, que mostrou disponibilizar dados relativos ao planejamento de ações efetivas exigidas nestes casos.

Palestrante 5

Se você tem situações assim em Curitiba, as ocupações da sic e do Tatuquara não precisam nem muito longe assim até aqui. E sabe onde é? Você tem áreas de Extrema vulnerabilidade, não é poucas assim, miséria e pessoas vivendo em situações muito degradantes e muito indignas. Então é a Copel e o governo do estado podem sim ter um protocolo diferenciado para atender essas regiões. É se a gente tivesse uma política habitacional funcionando. Se a gente tivesse de fato, é um olhar assim para essas necessidades? É, a gente teria uma outra realidade, mas não tem. Então é. Acho que o principal entrave é sim, vontade política, uma visão social, uma preocupação social maior.

Palestrante 2

Uma luz no fim do túnel? Segundo o pacto global das Nações Unidas, no âmbito de justiça climática para o setor de energia, a transição energética deve ser feita de forma justa, principalmente no cenário de emergência vivenciado, uma vez que o setor energético é responsável atualmente por 75% das emissões globais de gases de efeito estufa. Pensando no aspecto local, para agir em escala global, foi desenvolvido o plano diretor de Curitiba, revisado pela lei municipal 14771, de 2015, que engloba tanto a diretriz para o desenvolvimento urbano e ambiental quanto a promoção da gestão democrática da cidade visando o crescimento integrado e sustentável. No que se diz respeito à política habitacional estabelece que esta deve garantir o acesso à moradia, especialmente para a população de baixa renda, reconhecida como mais vulnerável. O objetivo é assegurar o direito social à moradia, entendido como acesso a habitações que atendam a padrões mínimos de qualidade, incluindo serviços, infraestrutura e equipamentos públicos disponíveis a um custo acessível. Além disso, destaca a importância da integração com outras políticas públicas. Principalmente as de cuidado social, ambiental e de desenvolvimento urbano. Na capital, ainda existe o plano municipal de mitigação e adaptação às mudanças climáticas de Curitiba. O Planclima. Aprovado em 2020, o modelo de governança estabelecido pelo programa admite a informação e educação da população como possibilidade de monitoramento e controle social acerca da mudança climática. Assim, quanto maior o conhecimento da cidade acerca dessas mudanças, maior poderá ser o seu engajamento para mudar esse cenário.

Palestrante 3

Não tem um clima. Ele é articulado com uma região metropolitana e com outras esferas do governo e com o cliente, como a gente chama de integração, né? Ele é integrado, né? Ele prevê integração tanto horizontal, vertical, em outros níveis, né? Porque o plano do clima acho que OA coisa mais importante quando nós falamos em governança climática e o nível municipal, é que o plano do clima não é um plano da prefeitura, ele é um plano de toda a sociedade curitibana. Então, o que ele deve ter em que todo e qualquer cidadão, instituição? EE, vamos dizer? Né, ele tem que estar ciente do seu papel, né? Do seu dever e de e ciente do que você pode fazer para poder ajudar a combater tanto mitigar quando se adaptar às doenças primária.

Palestrante 1

Paralelamente, programas como o Curitiba mais energia, que está previsto em transações da cidade para a mitigação das mudanças climáticas, aumenta o uso de energia renovável. Capital por meio do planejamento e de estratégias concretas que estreitam a relação entre a cidade e o meio ambiente, o programa foi melhor explicado pelo entrevistado João Carlos Fernandes, diretor do departamento de eficiência energética e geração de energias renováveis de Curitiba.

Palestrante 6

Leitura de Curitiba ela já está tem um tem um projeto chamado Curitiba mais energia. Dia que tem várias ações e uma das uma das principais ações dele é que as prefeituras passem a consumir energia renovável somente e de Fontes próprias. AA matriz energética brasileira já é uma matriz energética que tem bastante participação da energia renovável, mas que tem ainda uma participação menor, mas é ainda presente. E nos momentos em que falta energia, essa participação fica maior, que é a geração de energia a partir de Fontes térmicas que não são renováveis. Certo, é principalmente essa, mas a prefeitura de Curitiba, então sabendo disso, ciente disso, ela fez um projeto para que ela passasse a gerar 60% da energia consumida no município através de Fontes renováveis. Então é a fonte principal nossa, é a fotovoltaica. Então o nosso projeto tem a instalação da pirâmide solar da de Curitiba na cachimba embaixo da cachimba e a instalação de sistema de geração de energia fotovoltaica no espelhados dos terminais dinheirinho, Boqueirão, Santa Cândida e da rodoferroviário.

Palestrante 1

Além disso, é de grande relevância o trabalho desenvolvido por movimentos sociais em tempos de emergência climática. Programas do terceiro setor trabalham de forma tática e preventiva nos impactos dessas mudanças, minimizando os efeitos em comunidades invisibilizadas e que, muitas vezes, estão à margem do poder do estado. Cientistas e pesquisadores são profissionais na linha de frente que buscam soluções para o problema das mudanças climáticas. Dar voz e ouvidos a eles é estar diante de uma ação efetiva. É exemplo o Painel de indicadores de mudanças climáticas de Curitiba, que vem trabalhando na questão de implementação das políticas públicas em torno do tema na cidade. E aponta para uma dificuldade de uma ação responsiva pro problema, mas avança na produção de dados sobre o. Assim como os serviços prestados por jornais independentes e rádios comunitárias se mostram multiplicadores, em tempos em que faltam luz, conhecer a conjuntura do problema se mostra uma forma de não estar às escuras. Por isso, se informar e manter a sua comunidade informada sobre a realidade que se insere é de grande importância para dimensionar as possíveis ações a serem tomadas.

Palestrante 2

Considerando os grupos de alta vulnerabilidade diante da emergência climática e os agentes participantes de movimentos de transição ecológica, conseguimos perceber que o desafio que se apresenta é muito maior do que uma busca por uma simples solução. Em vez disso, é crucial encarar essa luta como contínua, reconhecendo a necessidade iminente de construir políticas públicas com a efetiva participação popular e. Conferindo protagonismo a essas comunidades. Isto é, os cidadãos possuem voz, porém muitas vezes não são ouvidos. Assim, é essencial compreender que o direito à cidade é um produto das relações sociais. Somente através desse reconhecimento será viável garantir a eficácia das medidas de transição ecológica adaptadas de forma mais adequada às diversas realidades das comunidades locais.

Palestrante 5

Gosto mais da ideia da gente falar. 11. Tendência à sustentabilidade Curitiba tem uma tendência a ser uma capital inteligente. É do que essa falsa afirmação, como que o governador Ratinho Júnior também faz que o Paraná, o estado mais sustentável do Brasil, que é Curitiba é a capital mais ecológica, a capital mais sustentável, a capital mais inteligente, porque isso cria também um. Como é que eu posso dizer? É uma paralisia assim, parece que, pô, você não pode criticar a cidade, você não pode apontar os erros da cidade. Não existe inteligência urbana traduzindo o Smart City. Se a gente não tiver a justiça social, se a gente não tiver enfrentamento, é uma emergência climática.

Palestrante 1

Sem energia para tudo é um rádio documentário produzido na disciplina comunicação direitos humanos e emergência climática, oferecido em 2023 um departamento de comunicação da Universidade Federal do Paraná. Produção, edição e narração por Ano Durek, estudante de publicidade e propaganda, e Pedro Vilhena, estudante de relações públicas. Orientação de Criselli Montipó.
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No Registro [teaser]
Ambientação: andando pela cidade; saindo do arquivo público? saindo do museu?

Ana Noronha: Quando eu ando pela cidade, eu gosto de pensar sobre as memórias dos lugares… Fico olhando para os prédios, ruas, pensando em suas histórias… do que se sabe? O que que que tinha em cada um desses lugares? E como as cidades nos ajudam a lembrar ou a esquecer, no meio de tanta gente que passa. Porque na cidade a gente corre tanto contra o tempo, que às vezes nem temos o direito de ter uma memória, ou de ouvir uma história. Mas enquanto isso, sempre vai ter algum cara com voz grave de radialista das antigas querendo determinar o que será lembrado, tipo aquela velha história de…

[fita cassete roda; efeito de sol rádio antigo; musica começa]

[jogo de vozes] Ana Noronha: “Década de cinquenta! No centro do Brasil, começa um fenômeno! Brasileiros e brasileiras de todos os cantos de nosso imenso país chegaram para construir uma nova vida. Antes um amplo cerrado e com poucas vilas, agora foi ganhando novos contornos.

Radialista: Em ano e meio, ergue-se a obra prima de Oscar Niemeyer… o mundo inteiro já admira esta joia de inconfundível beleza pelas suas linhas externas como pela artística decoração do seu interior.

Ana Noronha: Trabalho, tijolos, madeira, cimento, vigas… ergueram-se prédios e nasceu a mais nova cidade do Brasil.
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Feminista In Vitro [Teaser]
Você já se perguntou como os medicamentos que você toma são testados? Modelos experimentais com células são uma parte importante para esse processo de desenvolvimento de tecnologias biomédicas, como medicamentos e vacinas.

E se eu te contasse que no seu sangue menstrual é possível obter células que preenchem os principais requisitos para serem utilizadas nesses modelos? As células mesenquimais do sangue menstrual são abundantes, de fácil obtenção, super resistentes e rápidas de serem cultivadas. Mas elas quase não são utilizadas!

Mesmo existindo diversos corpos menstruantes e mulheres que não menstruam, essas células são entendidas como femininas e, por isso, dizem que elas não podem ser utilizadas como modelo para pesquisas.

Ao mesmo tempo, a maior parte dos medicamentos que você vê nas caixinhas na farmácia e no hospital foi testada apenas em células masculinas. Isso acontece e dizem que tá tudo bem, porque a célula é universal, então tudo que funciona numa célula masculina, vai funcionar para uma célula feminina, uma célula intersexo, e por aí vai.

O LABJOR

O Labjor é um centro de referência para a pesquisa e a formação em divulgação científica e cultural no Brasil. Faz parte do Núcleo de Desenvolvimento da Criatividade (Nudecri), vinculado ao Instituto de Estudos da Linguagem (IEL) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).  

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